“Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.”
(Gonçalves Dias)

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Apenas tenho saudade daquele tempo em que desconhecia o complicado. Daquele tempo em que os nossos desejos eram singelos, miudinhos espalhados por aí. Daquele tempo em que nossas bocas não pronunciavam palavras torpes e espinhosas. Daquele tempo em que cada dia-sem-ter-o-que-fazer era sinônimo de lúdico, embalado por mágicas horas de colo e de não solidão.
Eu guardo em mim saudades das alegrias que pareciam durar um tempo comprido pra deixar o nosso sorriso com marca de pra sempre. Hoje nos deparamos com portas sem caminhos, estradas sinuosas, tempo fechado. Tempo de feridas abertas, descuidadas e doídas.
Eu guardo em mim esperanças. Quem sabe a gente não aprenda a fazer diferente, contornando as dores da vida. Se permitindo que as curas sejam reais e profundas. E então, a gente saia por aí pintando o mundo das cores que sempre acreditou. E a gente se permita morrer de amores quantas vezes puder sem se deixar perder por isso, sem se despedaçar tanto assim.
Porque ás vezes pra gente ser forte, temos que reconhecer as nossas próprias fraquezas. E recomeçar. Juntando cada pedacinho que restou das frustrações, dos fins, dos abandonos e das dores que a vida deixou ao longo do caminho.
'Tomara que os olhos de inverno das circunstâncias mais doídas não sejam capazes de encobrir por muito tempo os nossos olhos de sol'

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