“Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.”
(Gonçalves Dias)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

às cinco?
Acho que seria o causo de um chá para acalmar os ânimos, mas antes, uma ou duas considerações sobre a dor: Nem sempre encher as linhas de doçuras, "tapar o sol com a peneira"é a coisa certa a se fazer. Às vezes, faz-se necessário gritar, sim. O que é o coração, afinal?... uma máquina a qual se programa para escolher o que sentir?... Se te machucam você faz o que?... escreve uma receita de bolo?... Por que raios só se pode falar em belezuras, doçuras, delicadezas, como se alguma dor, alguma mágoa, alguma ferida aberta fosse algo vil?... Não a meu modo de ver! Aprecio gentilezas e históras bonitas como ninguém, mas não desconsidero em absoluto, as palavras que trazem emoções amargas. Há que se aprender com elas. Emocionar-se. Tantas são as histórias de amor consagradas na história, sem necessariamente ter havido um final feliz em todas elas. Em qual hora mesmo as pessoas precisam de mais abraços e braços em torno, do que na hora da dor? da mágoa... até da ira, que nada mais é do que um grito de dor. Não aprecio a intolerância, e acho até ignorância, azedume, exigir do mundo e da vida apenas flores. Para cada rosa formosa, são incontáveis os espinhos. Quem criou tudo isso assim mesmo?... ah! sim, o Criador. Vivemos em um tempo em que se exige alegria, beleza, sucesso, esplendor, good vibe, full time, e, a qualquer um que não cante no coro dos felizardos de plantão, o convite é "saia fora". Oras veja, eu sinto dor sim, carrego mágoas sim, choro e grito, vivo a minha humanidade, e a qualquer um que se mostre humano por perto, dou meus braços e meus abraços. Alegria?... adoro!, mas não sou boba da corte pra ficar rindo o tempo todo.
Agora, vamos ao chá!

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