“Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.”
(Gonçalves Dias)

sábado, 9 de abril de 2011

Das teimosias que a vida faz compensar

Tão bom (re)descobrir que esperar o melhor das pessoas compensa. Pode demorar, e às vezes demora mesmo, pede paciência. Mas quando compensa, é de um jeito tão bonito que chega a dar um calorzinho gostoso do lado de dentro. Eu tenho um defeito que nem sei se é defeito – vai ver que é virtude e faz parte do meu melhor -, e é isso: eu não desisto das pessoas. Às vezes eu até deveria, mas sou teimosa e insisto. Chego a quebrar a cara de novo e de novo esperando que as coisas aconteçam de um jeito bom, mas pra mim troço difícil é isso: virar a cara e seguir meu caminho, deixar pra trás quem de um jeito de outro mora aqui do meu lado de dentro. Tem gente, eu sei, que é assim, chega até a dizer: se agir errado comigo, vai ser uma vez só. E tem horas que eu invejo essa gente, digo de um jeito sincero e sem vergonha, invejo. Porque às vezes dói menos perder as esperanças de uma vez, desacreditar. Mas eu, teimosa, só sei ser de outro jeito, desse jeito que perdoa até quando não devia. O bom é que tem dias como hoje, em que ser assim compensa e dá uma alegria danada. De ver que as coisas podem mudar sim, podem mudar pra melhor. Que bom. Que bom que tem dias assim.

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